Eu sei que é muito subjetivo e pessoal a definição de música boa ou ruim. A música boa pra mim pode ser ruim para outra pessoa, afinal, cada um tem um tipo de gosto. Além do mais, música é arte, e a arte é interpretativa.
Para Lua Lafaiette, um dos maiores produtores musicais do Brasil, uma boa música é aquela em que o compositor levou o extremo cuidado com a letra, a melodia e a parte rítmica dela. É quando tudo funciona perfeitamente em harmonia.
Vou citar como exemplo a música Yesterday. Composta há 50 anos por Paul McCartney, esta é a canção mais regravada da história, tendo sido regravada por outros cantores mais de três mil vezes, incluindo artistas como Frank Sinatra, Ray Charles, Elvis Presley, entre outros.
Sua versão original foi lançada em 1965 pelos Beatles no álbum “Help!” e se destaca das demais canções do disco por seu arranjo acústico, cantada e tocada por Paul no violão, acompanhado por um quarteto de cordas. Um arranjo totalmente diferente das demais canções do disco.
Ouça abaixo:
E é isso. Voz, violão e quarteto de cordas. Perfeito.
No meu artigo anterior, eu falei que a função do arranjo seria valorizar a sonoridade de todos os instrumentos, e principalmente, fazer uma base legal para a voz se destacar.
Seria possível, por exemplo, ter adicionado mais instrumentos e criado um solo nessa música?
Sim.
Mas Yesterday é uma música tão foda que ela é grandiosa até no voz e violão. Esse é o ponto de uma boa música. Não precisar de nenhum enfeite. 😀
- Leia também: Como compor músicas memoráveis
Abaixo tem uma gravação de Elvis Presley cantando essa música. Logo de cara, vemos que foram adicionados instrumentos como piano e bateria. Tem até um solo de introdução, feito no piano.
O arranjo dessa versão trouxe um pouco da identidade de Elvis à Yesterdey. Mas ela não deixou de ser Yesterday. Sua essência foi mantida. Sua melodia. Seus acordes.
Espero que tenham gostado do artigo de hoje. Em breve falo com mais detalhes a respeito de arranjo, citando mais exemplos. Abraço, e até a próxima!
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1 comentário
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